Angola: Detenção de Ativistas em Protesto Pró-Moçambique Testa Novo Ministro do Interior
Quatro ativistas foram detidos pela Polícia Nacional de Angola na ultima quinta-feira, 7, enquanto realizavam uma manifestação em apoio aos protestos em Moçambique, em frente à embaixada moçambicana em Luanda. A situação levanta questões sobre a posição do novo ministro do Interior angolano em relação às liberdades civis no país.
O ex-deputado Makuta Nkondo criticou a ação policial, afirmando que a repressão faz parte do sistema angolano e que dificilmente haverá mudanças. Os ativistas detidos estavam manifestando apoio ao movimento em Moçambique contra o que o candidato Venâncio Mondlane descreve como fraude eleitoral e o assassinato de dois de seus apoiantes.
Leonor Matias, mãe de Mbanza Hamza, um dos detidos, expressou indignação pela prisão do filho e pediu a liberação dos ativistas. “Eles só estavam ajudando. Será que cometeram algum crime? Bateram em alguém? Nós, como irmãos africanos, temos que apoiar quem está sofrendo. O sofrimento do povo moçambicano também é o nosso”, declarou Matias.
Ela apelou ao Presidente de Angola para que olhe para o povo moçambicano como olharia para o povo angolano, enfatizando que a dor do povo moçambicano é compartilhada por Angola, e que os angolanos também merecem dignidade.
Para Nkondo, a repressão policial é uma característica arraigada do regime do MPLA. “O abuso de poder, detenções arbitrárias e violação de direitos humanos são práticas comuns do poder do MPLA. Nada disso afeta o poder de Manuel Homem, o novo ministro, porque ele já estava habituado a isso quando era governador de Luanda e responsável pela polícia,” criticou o ex-deputado.
A Voz da América procurou obter uma posição oficial do ministro do Interior sobre as detenções, mas ele não respondeu. Tentou também contato com Nestor Goubel, porta-voz da Polícia Nacional em Luanda, mas ele não reagiu até o momento.
