Justiça

Genro do embaixador moçambicano em Angola é suspeito de falsificar documentos de nacionalidade e caso gera escândalo

Um escândalo diplomático abala as relações entre Moçambique e Angola, envolvendo o genro da embaixadora moçambicana, Eduardo Nguyindu Romão Mbala. Ele é suspeito de ter obtido a nacionalidade moçambicana através de documentos falsificados, levantando sérias questões sobre a integridade dos registos civis do país.

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A investigação minuciosa do MOZTIMES aponta que Eduardo Nguyindu Romão Mbala, casado com Áquila Macandja, filha da juíza Osvalda Joana (atual embaixadora de Moçambique em Angola e São Tomé e Príncipe), terá forjado a sua certidão de nascimento. O documento em questão, um registo de nascimento tardio, indica que Mbala nasceu a 15 de abril de 1979 em Marracuene, província de Maputo, o que o tornaria moçambicano por territorialidade.

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As Suspeitas de Fraude Documental

Contrariando o que consta no registo, Mbala é natural de Angola e possui nacionalidade angolana, facto que ele próprio confirmou ao MOZTIMES. Embora pudesse adquirir a cidadania moçambicana por casamento, após cinco anos de união com uma cidadã moçambicana (casou-se em 2008), optou por um caminho alegadamente fraudulento.

O registo de nascimento, emitido a 20 de dezembro de 2007, mas só dado entrada nos serviços em 2013, apresenta várias irregularidades. Entre elas, a ausência de testemunhas, a falta de identificação dos avós, a omissão do país de nascimento dos pais e a inclusão de um apelido associado à família da sua esposa.

Tráfico de Influência em Questão

Fontes próximas à investigação sugerem que o processo terá sido facilitado por tráfico de influência, com o alegado envolvimento da embaixadora Osvalda Joana. Uma funcionária do protocolo do Supremo Tribunal, Cassawa Capece, confirmou ter tratado da correspondência relativa ao registo de Mbala na altura em que trabalhava com a magistrada.

Com base neste registo, Eduardo Mbala conseguiu obter o seu bilhete de identidade moçambicano em janeiro de 2013, usando como endereço uma residência oficial do Tribunal Supremo na cidade de Maputo, onde a família da juíza residia na época.

Implicações Legais e Reações

Se as acusações de falsificação forem comprovadas, Eduardo Mbala poderá enfrentar sérias consequências legais. Este caso reacende o debate sobre a corrupção e a facilitação de documentos ilegais em Moçambique, um problema já publicamente reconhecido pela Procuradoria-Geral da República.

Questionada sobre o assunto, a embaixadora Osvalda Joana não respondeu às tentativas de contacto do MOZTIMES. Eduardo Mbala, por sua vez, negou ter qualquer registo de nascimento em Moçambique e encerrou a chamada quando confrontado com os documentos moçambicanos emitidos em seu nome.

Atualmente, Eduardo Mbala reside na África do Sul, mas faz visitas frequentes a Moçambique. Até ao momento, as autoridades moçambicanas não se pronunciaram oficialmente sobre a abertura de investigações formais.

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