Pólitica

No epicentro da crise no Norte, Chapo assume o comando e eleva a reconstrução a prioridade de Estado

O Presidente Daniel Francisco Chapo marcou uma nova fase na resposta de Moçambique ao terrorismo em Cabo Delgado, ao visitar o Teatro Operacional Norte (TON) este sábado, dia 29 de Novembro. A sua presença no terreno simboliza um compromisso reforçado com a proximidade, integração e, acima de tudo, a reconstrução da província.

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A Crise Humanitária em Cabo Delgado

Desde 2017, Cabo Delgado tem sido palco de um conflito armado devastador. Aldeias foram destruídas, ataques contínuos forçaram mais de 800 mil pessoas a abandonar as suas casas, e infraestruturas essenciais como escolas e centros de saúde foram incendiadas. Muitas famílias perderam os seus meios de subsistência e o acesso a serviços básicos, deixando um rasto profundo de sofrimento.

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Uma Nova Visão para a Paz

Há anos que académicos moçambicanos, como Elísio Macamo, têm defendido que a solução para Cabo Delgado vai além da presença militar. É crucial que o Estado seja visível, que haja diálogo com as comunidades, reconstrução económica e ações que devolvam o sentido de pertença às populações. A visita de Chapo reflete esta visão, reconhecendo que a paz duradoura depende de uma abordagem multifacetada e não apenas de vitórias militares.

No terreno, o Presidente Chapo interagiu com as Forças de Defesa e Segurança moçambicanas e com as tropas ruandesas, que estão em posições estratégicas. Recebeu atualizações sobre as operações em curso, as áreas que já estão mais estáveis e as prioridades para garantir a segurança e permitir que as famílias voltem para as suas terras. A sua mensagem foi clara: as conquistas militares só são verdadeiras vitórias se se transformarem em melhorias na vida das pessoas.

Reconstrução e Desenvolvimento como Prioridades

Nos seus discursos às tropas, Chapo elogiou a bravura e o patriotismo dos militares, mas foi mais longe, ao focar-se na reconstrução. Falou da necessidade de reerguer as aldeias, reabrir as escolas, facilitar o regresso gradual dos deslocados, reativar os mercados rurais e restaurar os serviços públicos essenciais. Foi uma mensagem de “dois em um”: encorajamento militar e uma forte visão de desenvolvimento.

A cooperação com o Ruanda foi realçada como um exemplo de solidariedade africana, e a continuidade desta parceria é vista como vital para manter a estabilidade nas zonas recuperadas. Um momento emocionante da visita foi a homenagem aos soldados que perderam a vida, um ato que reforça a urgência de se alcançar uma paz duradoura.

Para os analistas, esta visita presidencial demonstra que o governo está determinado a supervisionar de perto a transição de Cabo Delgado para a normalidade. A presença do Presidente no terreno devolve ao Estado a visibilidade e a responsabilidade necessárias para reconstruir a confiança das comunidades afetadas.

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