Banco de esperma dinamarquês exclui doadores com QI baixo e antecedentes criminais

Um dos maiores bancos de esperma do mundo, o dinamarquês Donor Network, implementou novas regras de seleção que estão a gerar debate. A partir de agora, homens com um Quociente de Inteligência (QI) abaixo de 85 ou com registo criminal são automaticamente excluídos do processo de doação.

Esta medida rigorosa significa que cerca de 18% dos potenciais doadores são recusados. A intenção da instituição é reduzir a probabilidade de crianças nascerem com capacidades cognitivas limitadas e assegurar uma maior tranquilidade às famílias que dependem destes serviços para realizar o sonho de ter filhos.

Porquê estas medidas?
Jakob Schöllhammer Knudsen, diretor do Donor Network, defende que a política não tem um carácter elitista. Segundo ele, a decisão baseia-se em princípios éticos claros: evitar disponibilizar material genético que a empresa não conseguiria justificar ou defender perante as famílias e a sociedade. A Dinamarca é reconhecida globalmente como um dos países líderes na área de doação de esperma, exportando uma grande quantidade de amostras para várias partes do mundo.
A evolução dos perfis de doadores
Ao longo dos anos, o processo de seleção e a informação disponível sobre os doadores evoluíram significativamente. Inicialmente, os dados limitavam-se a informações básicas como origem e características físicas. Hoje, os perfis incluem relatórios detalhados de personalidade, avaliações psicológicas e análises cognitivas que podem chegar a 30 páginas, oferecendo uma visão muito mais completa dos doadores.
Críticas e considerações éticas
No entanto, estas novas diretrizes não são unânimes. Especialistas como Daniela Cutas, da área de ética médica, consideram que, enquanto a filtragem baseada em doenças hereditárias é amplamente aceite, a utilização de critérios como o QI ou o histórico criminal é problemática. Cutas argumenta que estes fatores não são indicadores fiáveis das verdadeiras capacidades ou do carácter de uma pessoa. Para contextualizar, um QI entre 80 e 89 é considerado abaixo da média, que geralmente se situa entre 90 e 109.


