Endividamento interno em Moçambique segue crescendo, alerta do Banco Central

O Banco de Moçambique (BM) informou que o nível de endividamento interno no país continua a agravar-se, gerando pressão sobre o funcionamento do mercado de títulos do Estado e risco para a estabilidade macroeconômica.

Os números e a evolução recente
Excluindo operações de mútuo, contratos de locação e obrigações por mora, a dívida interna soma atualmente 454 mil milhões de meticais. Esse valor representa um aumento de 38 mil milhões de meticais em relação a dezembro do ano anterior. As estatísticas foram apresentadas em Maputo pelo Governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela, ao término da reunião do Comité de Política Monetária.
Medidas adotadas: corte na taxa de juro
Para lidar com esse desequilíbrio, o Comité de Política Monetária decidiu reduzir a taxa de juro de política monetária (taxa MIMO) de 10,25 % para 9,75 %.
Essa diminuição visa aliviar o custo do financiamento interno, estimular a emissão de títulos e reequilibrar os mecanismos de mercado.
Consequências potenciais e riscos
A escalada da dívida interna pode:
Elevar os custos de financiamento do Estado, pressionando o orçamento público; Dificultar novas emissões de títulos se a confiança dos investidores for abalada; Causar efeitos negativos nos mercados financeiros domésticos, reduzindo liquidez e aumentando o risco-país.
A redução da taxa MIMO tenta amortecer esse impacto, mas o cenário ainda exige cautela e monitoramento constante por parte das autoridades e dos agentes econômicos.



