
Na noite de 19 de outubro de 2024, a cidade de Maputo foi palco de um duplo homicídio que abalou o meio político e jurídico moçambicano. Elvino Dias, assessor jurídico do candidato presidencial Venâncio Mondlane, e Paulo Guambe, mandatário nacional do PODEMOS, foram executados a tiros por indivíduos ainda não identificados.

O ataque aconteceu no bairro da Coop, nos arredores da capital. Testemunhas relatam que Dias e Guambe, acompanhados por uma jovem, regressavam do mercado 4 de Outubro quando a viatura em que seguiam foi bloqueada por dois carros. Dos veículos saíram homens armados que, após uma curta troca de palavras, abriram fogo contra o automóvel, provocando a morte imediata dos dois dirigentes e ferindo a passageira.
O Hospital Central de Maputo confirmou a entrada dos corpos, crivados de balas, durante a madrugada, assim como a chegada da sobrevivente de 24 anos que foi estabilizada após tratamento de emergência.
Ordem dos Advogados reage
A Ordem dos Advogados de Moçambique (OAM) reagiu com indignação, lembrando que não se pode separar a morte de Elvino Dias da sua profissão. O bastonário Carlos Martins afirmou que este é o momento de reforçar a defesa do Estado de Direito, e não de recuar diante da violência.
Meses sem respostas da PRM
Apesar da confirmação imediata do crime pela Polícia da República de Moçambique (PRM), já se passaram vários meses desde os assassinatos sem que a corporação tenha apresentado resultados concretos das investigações ou identificado os autores do ataque. Este silêncio prolongado tem alimentado dúvidas, frustrações e exigências crescentes por justiça, tanto por parte das famílias das vítimas quanto da sociedade civil.



