TikTokers ugandenses são detidos por insultar a família do Presidente

As autoridades em Uganda prenderam dois jovens por postagens no TikTok que criticavam o presidente Yoweri Museveni, sua esposa Janet e seu filho, o general Muhoozi Kainerugaba. Durante a audiência, David Ssengozi, de 21 anos, conhecido como Lucky Choice, e Isaiah Ssekagiri, de 28, negaram as acusações. No entanto, a juíza Stella Maris Amabilis determinou que ambos aguardem na prisão de Kigo até a próxima sessão do tribunal, marcada para quarta-feira.
Segundo as autoridades, os jovens promoveram discurso de ódio e divulgaram informações falsas sobre a primeira-dama e aliados do Movimento de Resistência Nacional (NRM). Além disso, eles respondem às acusações ao lado de Julius Tayebwa, de 19 anos, que já estava preso por crimes semelhantes. De acordo com a promotoria, as postagens teriam a intenção de “ridicularizar e promover hostilidade” contra a família presidencial.
Por outro lado, essa situação reflete a crescente postura do governo de Uganda em reprimir críticas públicas. Em setembro, a polícia já havia alertado que ofensas ao presidente poderiam resultar em prisões. Além disso, outro jovem foi recentemente condenado a seis anos de prisão por críticas ao presidente e sua família no TikTok.
Essas restrições têm gerado críticas de grupos de direitos humanos e de governos estrangeiros. Um relatório dos EUA, por exemplo, acusou Uganda de limitar a liberdade de expressão na internet. Em 2022, o escritor Kakwenza Rukirabashaija fugiu para a Alemanha após passar um mês na prisão por ofensas contra o presidente e seu filho. Segundo ele, sofreu tortura durante a detenção.



