Segurança

Chapo questiona polícia: “Como conseguem dormir com mortes nas estradas?”

O Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, fez um apelo veemente e lançou um desafio direto à Polícia, exigindo medidas urgentes e eficazes para travar a crescente onda de acidentes rodoviários que ceifam vidas no país. Chapo questionou abertamente como os comandantes da corporação conseguem conciliar o sono perante a tragédia que se desenrola nas estradas moçambicanas.

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“Corredores da Morte” e Críticas à Corrupção

Durante a abertura do 35.º Conselho Coordenador do Ministério do Interior, em Maputo, o Chefe de Estado não poupou palavras, classificando as vias nacionais como “corredores da morte”. Ele criticou duramente a inação das chefias policiais e a corrupção que, segundo ele, contribui para a perda de vidas inocentes.

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“Companheiros, do que estão à espera para tomar medidas corretivas e pôr fim a estes acidentes? Não faz sentido que consigam repousar sabendo que vidas inocentes continuam a perder-se nas estradas por apadrinhamento criminoso e cumplicidade de quem deveria prevenir estas situações”, declarou Chapo, sublinhando que a segurança rodoviária permanece o “parente pobre” da polícia.

Extorsão e Transportes Superlotados

O Presidente também abordou a questão da superlotação nos transportes de passageiros, que circulam sem fiscalização adequada por vários postos de controlo. Adicionalmente, condenou os frequentes atos de extorsão de dinheiro por parte de agentes policiais, especialmente contra turistas e emigrantes, uma prática que mancha a imagem do país e afeta o setor do turismo.

“Temos de terminar com estes comportamentos. O fascínio pelas viaturas com matrículas estrangeiras com o objetivo de extorquir turistas não pode continuar”, frisou, alertando para o impacto negativo na economia familiar e no potencial turístico de Moçambique.

Estatísticas Alarmantes Superam a Malária

Os números apresentados por Chapo são preocupantes: de janeiro a setembro deste ano, Moçambique registou 408 acidentes de viação, resultando em 662 mortes. Estes dados superam significativamente os 555 óbitos do mesmo período em 2024. Mais chocante ainda, a sinistralidade rodoviária “mata mais do que a malária”, que no ano passado causou 308 óbitos hospitalares.

“Isto é grave e criminoso. Precisamos de travar esta onda de acidentes, principalmente agora, com a aproximação das festas do Natal e do Ano Novo”, alertou o Presidente, enfatizando a urgência de uma resposta eficaz.

Apelo à Ação Coordenada e Educação

Daniel Chapo lamentou a ausência de soluções eficazes por parte das lideranças policiais e apelou a uma coordenação reforçada entre o Ministério do Interior, Transportes e Logística para desenvolver e implementar mecanismos inovadores de prevenção e resposta rápida. Ele reiterou que a maioria dos acidentes decorre do comportamento humano, marcado por negligência e irresponsabilidade, e defendeu um investimento robusto na educação rodoviária, complementado por rigorosas medidas de controlo.

“Neste momento, devemos dizer basta aos acidentes de viação e a todas as práticas que mancham a corporação policial”, concluiu Chapo, reforçando o compromisso com a segurança dos cidadãos.

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